Lotes verticais: uma investigação sobre habitações transitórias para centros urbanos

Este projeto é uma investigação. É um ensaio sobre sobre habitações mínimas, criatividade e inovação aliada a? tecnologia da pre?-fabricac?a?o e sustentabilidade. As habitações neste estudo são entendidas como transito?rias, e na?o visam o ideal de lar e permanência, e as cidades atuais são locais ideais para a implementação deste sistema. Embora possivelmente o futuro se desenvolva nas cidades – dado seu dinamismo e o crescente aumento da população mundial – é muito difícil dizer como será esse futuro. No que tange a arquitetura, vinculado a uma nova tende?ncia das grandes cidades, percebe-se uma mudanc?a social em que as pessoas te?m cada vez menos necessidade de espac?o. Habitac?o?es mi?nimas, transito?rias e tempora?rias entram em pauta para suprir essa demanda e necessidade da cidade, que esta? sufocada e densificada, com poucos lotes disponi?veis, principalmente nas a?reas centrais, nas quais cada metro quadrado de lote tradicional e? reivindicado e utilizado, ainda que existam uma quantidade abundante de “lotes verticais” ociosos.
Lotes verticais sa?o as fachadas laterais cegas dos edifi?cios que emergem a? medida que novos empreendimentos surgem e desaparecem; um lado na?o pensado do edifi?cio, que por na?o possuir uma func?a?o, sa?o subutilizados como canal da propaganda. No total, as empenas cegas compo?em muitos metros quadrados de “terra” disponi?vel. Uma opc?a?o interessante e? o uso da arquitetura parasita para “adicionar” aos lotes verticais objetos arquiteto?nicos de pequena escala e desenvolver func?o?es antes inexistentes. Ao receberem estruturas flexi?veis, tempora?rias ou permanentes, que redefinem e reconfiguram a estrutura construi?da, os lotes verticais fornecem nova perspectiva, oferendo um novo espac?o funcional a? cidade.
Aliada as altas densidades construtivas dos centros urbanos e a recente demanda por habitac?o?es transito?rias – cenário comuns a?s metro?poles e grandes cidades mundiais – o projeto propõe um sistema modular e universal, cuja releva?ncia tange o espectro local e global. O sistema apresenta mo?dulos que, ao se encaixarem ao sistema de circulac?a?o adjacente engastado a? empena cega, possibilitam habitac?o?es para aqueles que esta?o somente de passagem ou a? trabalho nas regio?es centrais, melhorando a qualidade de vida desses no?mades urbanos e da cidade. Como contexto-chave para aplicac?a?o do sistema, foi elecado o centro histo?rico de Porto Alegre. A regia?o central da capital apresenta aspectos morfolo?gicos e tipolo?gicos adequados a? implementação do sistema. Por mais que seja o sexto bairro mais populoso e o terceiro em densidade, a regia?o central de Porto Alegre ainda e? vista como um local de passagem: estima-se que mais de 400 mil pessoas circulem pelo local todos os dias, mas poucas ali permanecem. O sistema foi implementado em duas edificações sobrepondo, respectivamente, 1000m2 e 850m2 de lotes verticias livres com até 60 e 42 habitações transitórias disponíveis para a cidade.

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