Galeria XV – o Edifício Contemporâneo em Altura no Tecido Urbano Consolidado

GALERIA XV
O Edifício Contemporâneo em Altura no Tecido Urbano Consolidado
CENTRO HISTÓRICO
Em um terreno com localização especial na cidade, a Galeria XV encontra-se na área de urbanização mais antiga município, sendo possível identificar o lote desde os mapas mais antigos registrados da cidade. A área da Praça XV foi o epicentro da verticalização de Porto Alegre com seu entorno consolidado por algumas das mais historicamente importantes edificações da cidade. Com grande potencial inexplorado, o terreno desfruta de cenários deslumbrantes de Porto Alegre.
RESGATE ÀS ORIGENS
A época em que o edifício existente estava sendo construído era uma década quando Porto Alegre estava passando por um Boom de construção. No entanto, a verticalização tinha conceitos completamente diferentes daqueles valorizados nos dias de hoje. Os edifícios eram voltados para o pedestre e davam valor às qualidades históricas e naturais da cidade. O projeto propõe um retorno aos valores tradicionais dos edifícios que formaram o Centro.
BALÉ DA CALÇADA
Tanto para a escolha do terreno quanto para a formulação do programa de necessidades, utilizou-se como base o livro Morte e Vida de Grandes Cidades, de Jane Jacobs. O contexto urbano do local escolhido possui diversas qualidades previstas no livro, como as quadras curtas, os prédios antigos, a alta concentração, que durante o dia criam o ‘balé da calçada’ com pedestres realizando as mais diversas atividades, se cruzando e gerando interações espontâneas. No entanto, à noite as ruas de seu entorno perdem toda a vida e tornam-se desertas. O requisito não preenchido é a falta de diversidade de usos. O local apresenta notável monofuncionalidade comercial, criando o efeito de esvaziamento noturno. A diversidade de usos deve estar presente para que pessoas saiam de casa em horários diferentes e estejam nos lugares por motivos diferentes.
ESQUELETO
A estrutura existente no local encontra-se em considerável estado de degradação devido ao seu abandono há mais de 60 anos. A sua estrutura, no entanto, não demonstra falhas graves que constatem a sua inviabilidade de uso. Após uma análise dos desenhos originais aprovados na prefeitura no ano de 1952, foi possível chegar à conclusão de que a estrutura as built não está completa. O edifício foi concebido em um grande volume em formato de L. Ao visitar o local é possível visualizar as esperas de armações de ferro que dariam continuidade ao edifício. Utilizou-se então como partido tirar proveito deste potencial inconcluído e assim completar volumetricamente, de forma reinterpretada e contemporânea.
O PRISMA
O desafio de projetar em cima de uma malha existente, com característica escalonada, comum aos edifícios da década de 50, era seu formato fragmentado e sem valor arquitetônico. A estratégia utilizada para unificar os elementos volumétricos e criar uma unidade prismática foi através das di- agonais tangenciando os retângulos da estrutura em malha. O que era um problema tornou-se um diferencial no projeto e possibilitou assim o seu controle para a criação de diversos alinhamentos em escalas urbanas diferentes, característica presente no seu entorno altamente heterogêneo.

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